Desde 2000, a análise conhecida como “Dia da Sobrecarga da
Terra”, é calculada pela Global Foot Print Network. No primeiro ano que foi
calculada, o dia primeiro de outubro foi a data da sobrecarga. Isso equivale a
dizer que em 9 meses foram gastos recursos
naturais da Terra que deveriam sustentar a humanidade pelo período de um ano. Daquele ano para cá a data vem
retrocedendo, e nesse ano de 2014, no dia 19 de agosto, a pegada ecológica da
humanidade já havia consumido os recursos naturais para os 12 meses do ano.
Para que não houvesse débito ambiental, teríamos que ter um planeta e meio
gerando os recursos naturais que estão sendo consumidos pela humanidade.
O atual modelo de civilização está em xeque, pois o débito
ambiental crescente atesta que o caminho da sustentabilidade é apenas uma falácia que virou modismo. Mais de 80% da população humana está alocada
em países que consomem mais recursos naturais do que seus ecossistemas podem
ofertar.
Qualquer recurso financeiro, direta ou indiretamente, foi
produzido de recursos naturais, portanto, se estes estão sob ameaça de um colapso
ecológico, o setor econômico entra em crise.
Pegada Ecológica
Trata-se de uma metodologia que contabiliza a pressão que o
consumismo das populações humanas exerce sobre os recursos naturais existentes
no planeta. Ela possibilita a comparação de diferentes padrões de consumo para
verificar se esses padrões estão dentro da capacidade ecológica da Terra. A
unidade da pegada ecológica é o hectare Global (gHa). Um gHa significa um hectare
de produtividade média mundial para terras e águas produzidas em um ano.
Um outro conceito fundamental é o conceito de biocapacidade,
que representa a capacidade de um ecossistema produzir recursos úteis e
absorver os resíduos gerados pelo ser humano.
Atualmente a média mundial da pegada ecológica é de 2,7
hectares globais por pessoa, enquanto a biocapacidade disponível para cada ser
humano do planeta é de 1,8 hectare global.Como se vê, existe um déficit
ecológico que corresponde a 0,9 gha/cap. O atual padrão de consumo da
humanidade exige a oferta de recursos naturais de um planeta e meio, portanto,
na atual conjuntura não existe Desenvolvimento Sustentável, o que existe deve
ser chamado de Exploração Irracional da Natureza.
Entre 1970 e o ano de 2000 houve uma gigante perda de
biodiversidade na biosfera, cerca de 35%. Essa perda se compara com as cinco
grandes extinções que ocorreram no passado remoto da Terra, entretanto, não
causadas pelo ser humano.
MAURÍCIO TOVAR
MATÉRIA DO JORNAL DIÁRIO DA MANHÃ
COLUNA TERRA SUSTENTÁVEL
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