NASA DESCOBRE VIDA EXTRARERRESTRE OU BIOSFERA OCULTA

Lago Mono é um meio inóspito porque possui altíssima salinidade, pH elevado e alta concentração de Arsênio.
        (Descoberta da bactéria GFJA-1, que utiliza o elemento químico arsênio no lugar do fósforo. Segundo Douglas Galante, coordenador do laboratório de Astrobiologia do Hemisfério Sul, é só a "pontinha do iceberg"da quantidade de organismos que ainda não conhecemos e que são diferentes de tudo já conhecido)

        A notícia sobre a descoberta de uma báctéria capaz de sobreviver em um meio  contendo elevadas quantidades do elemento químico arsênio, altamente tóxico para o ser humano, deixou perplexa a população  mundial, especialmente a parcela que representa a comunidade científica. Não tanto pela sobrevivência da bactéria em um meio considerado extremista, como é o caso do Lago Mono na California, que apresenta salinidade três vezes superior a média de salinidade dos oceanos, um Ph elevadíssimo e uma concentração muito alta de arsênio, mas, principalmente pelo fato da astrobióloga Felisa Wolfe – Simon  afirmar que a análise das amostras dão fortes indícios de que o DNA da bactéria do grupo das halomonadaceae batizada como GFJA-I possui em sua estrutura o elemento químico arsênio(As), no lugar do fósforo.
            É importante lembrar, que até então, a Ciência admitia que todos os seres vivos conhecidos na biosfera do nosso Planeta deveriam ser constituídos em sua base primordial por Carbono, Hidrogênio, Oxigênio, Nitrogênio, Fósforo e Enxofre(C,H,O, N, P, S). Esses seis elementos seriam os elementos imprescindíveis para a construção de biomoléculas essenciais a sobrevivência de qualquer organismo.
            A partir da descoberta da bactéria GFJA-I,  a equipe de pesquisadores de astrobiologia da NASA assim se pronunciou: “Trata-se de uma descoberta com consequências para a pesquisa de provas da existência de vida extraterrestre”. Se como  afirma Felisa e sua equipe financiada pela NASA, a bactéria possui DNA com arsênio no lugar do fósforo e se reproduz em meio rico nesse elemento químico, as implicações dessa concepção científica sobre as restritas condições exigidas para a existência de vida terão que ser reavaliadas. O que se tinha como parâmetro para a existência dos seres vivos será suficiente para a busca de pista e possíveis identificações de novas formas de vida, seja na chamada “Biosfera Oculta” da Terra ,seja em outros planetas do cosmo.
            Para a astrobióloga Pâmela G. Conrad, a bactéria descoberta no Lago Mono pode ser uma espécie de vida primitiva. Ela acredita que as primeiras bimoléculas de DNA e outras moléculas básicas podem ter surgido num passado muito remoto a partir de incontáveis experimentações com diversos tipos de elementos químico nas suas formações.       
            Pâmela pensa que a bactéria GFAJ-l seja terrestre, pois na sua visão, ainda sabemos muito pouco sobre o nosso Planeta, contudo     ela não descarta uma possível origem extraterreste para a bactéria. Muitos cientistas do mundo inteiro diz ela, especulam sobre as possibilidades de metabolismos e estratégias de vida alternativas ainda não observadas. E finaliza: “Prevejo que ainda observaremos muitas coisas incomuns com relação à vida”.
          O coordenador do laboratório de astrobiologia do hemisfério sul-Douglas Galante,comenta que a descrição dessa bactéria é de de uma E.T vivendo entre nós,porque possui um metabolismo diferente de todos os organismos que conhecemos.Para ele, essa descoberta é só a pontinha do iceberg da quantidade de organismos que ainda não conhecemos e que são diferentes de tudo já conhecido.
CRÍTICA À PESQUISA DA EQUIPE DA NASA
            Alguns cientistas se mostraram céticos em relação a notícia divulgada pela NASA, após avaliarem detalhadamente o artigo publicado na revista Sciencie sobre a pesquisa da equipe liderada por Felisa. Eles colocam em dúvida se a bactéria GFAJ-l incorporou realmente arsênio em seu DNA. A alegação principal foi de que é improvável que o fósforo seja subtituído por arsênio, pois os compostos formados com arsênio se “quebram” facilmente na presença de água. Além disso, argumentam que as amostras podem ter sido contaminadas com arsênio levando a falsos resultados.
            Felisa e a equipe de pesquisadores financiados pela NASA se defenderam afirmando que seguiram rigorosamente os protocolos padrões de extração de DNA,“lavando” as células antes da análise, com o intuito de eliminar o arsênio livre, com isso o arsênio identificado nas amostras será do DNA  e de algumas outras biomoléculas. Em face a todos os questionamentos, disse ela: “Esperamos trabalhar com outros cientistas diretamente ou disponibilizando células e fornecendo amostras de DNA para especialistas fazerem suas próprias análises afim de compreenderem melhor a descoberta.
            Polêmicas continuam fervilhando no meio acadêmico, mas, uma coisa é certa, nenhum dos detratores da equipe da NASA negou a possibilidade de que a bactéria GFJA-l, tal como foi relatada, seja possível.
            Vale lembrar que o professor e  cientista Roger Summons, do Instituto Tecnológico de Massachussets (MIT) foi coautor de um trabalho publicado na revista Sciencie em 2007 sobre vida extraterreste, sustentada na pesquisa biológica com base no elemento químico arsênio.

Pesquisadores dedicados utilizam o laboratório de astrobiologia para tentarem descobrir novas formas de vida.
BACTÉRIA – BASE PARA A VIDA DA BIOSFERA

            As bactérias são organismos unicelularares procariotos, ou seja, possuem seu DNA (genoma), imerso em uma massa gelatinosa(coloidal), denominada citosol. Possuem ribossomos que são organóides capazes de sintetizar proteínas, mas, não são dotadas de mitocôndrias que são organóides especializados na produção de moléculas energéticas conhecidas como ATP.(Adenosina Trifosfato), Tanto nos organismos unicelulares quanto nos pluricelulares, incluindo o homem, é o ATP que fornece a energia necessária para as diversas atividades metabólicas do corpo. Nas bactérias, o ATP é sintetizado a partir de enzimas localizadas na membrana plasmática. Sem bactérias não seria possível existir vida(como hoje a conhecemos) no nosso Planeta. Elas respondem por grande parte dos processos de decomposição de matéria orgânica (reciclagem da matéria), atuam em simbiose com outros organismos beneficiando-os. Algumas delas fertilizam o solo, outras realizam fotossíntese produzindo matéria orgânica e gás oxigênio para outros seres vivos. Certas bactérias como as cianobactérias presentes no plâncton dos oceanos, retiram o gás Nitrogênio do ar e o disponibilizam para a teia alimentar do oceano, processo sem o qual ,toda a vida existente nos mares seria eliminada e devido ao consequente desequilíbrio ecológico, em todos os biomas terrestres.
            No corpo humano estima-se que exista um número de bactérias dez vezes maior em relação ao número de células. O corpo de um homem adulto é constituído por cerca de cem trilhões de células, portanto, nele habitam algo em torno de um quaquilhão de bactérias.
            A bactéria está na base da vida existente em nosso planeta. Dezenas de milhões de tipos de bactérias estão atuando nos processos de “construção”e de “destruição” em toda a extensão da biosfera.
            Não sabemos ainda o significado da descoberta da bactéria GFAJ-I, mas ela abre novas perspectivas de compreensão acerca das condições bioquímicas necessárias ao surgimento da vida e amplia os horizontes para a inteligência humana sondar. Provoca a mente investigadora ,instigando-a a romper os limites estabelecidos pela convicção de uma ciência supostamente infalível.
            A reação de parte da comunidade científica, ao colocar em dúvida , o valor do trabalho da equipe de astrobiologia da NASA ,exigindo provas mais contundentes, é compreensível . Muitos anos se passaram até que a maior parte da comunidade científica admitisse de forma inquestionável a supremacia da teoria da relatividade de Einstein sobre a visão da mecânica clássica de  Newton.
            Na imensidão do Cosmo, o planeta Terra teria sido o único planeta  privilegiado  com um sistema bioquímico capacitado a  expressar a vida? Tal concepção,não seria própria de uma mentalidade,no fundo, geocêntrica?

Bactéria GFJA-1 encontrada na Califórnia pode pertencer à chamada "biosfera oculta" ou ser de origem extraterrestre.


MAURÍCIO TOVAR
MATÉRIA DO JORNAL DIÁRIO DA MANHà
COLUNA TERRA SUSTENTÁVEL
http://www.dmdigital.com.br/ .


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