Tanto a ciência da Economia quanto a ciência da Ecologia possuem a raiz “eco” que significa “casa”. A Economia reúne conhecimentos que visam gerenciar a “casa “e a Ecologia conhecimentos sobre a “casa”. Para se gerenciar a casa com maestria é necessário conhecê-la bem. Portanto, uma economia cujo modelo se baseia na concepção de que o Homem é o sujeito e a Natureza é o objeto de sua manipulação e exploração é uma economia cega que compromete inevitavelmente os recursos naturais e coloca em ameaça a biodiversidade dos ecossistemas e logicamente da própria espécie humana.
A Economia, em seu devido lugar, deve ser um instrumento cognitivo a serviço do bem estar de todos os seres humanos.Não é concebível que ela se sobreponha de forma inconsequente aos imperativos sociais e ambientais, utilizando –se de modelos inadequados que partem da falsa premissa de que a natureza é dotada de recursos ilimitados para garantir a sobrevivência humana.
A Economia que doravante deve nortear o desenvolvimento para um futuro harmônico desejado é a economia contextual – economia sustentável-que não pode mais se equivocar quanto ao que seja progresso e evolução social. No passado as sociedades se desenvolviam a partir dos recursos naturais, sem nenhuma preocupação ambiental e sem consequências desastrosas relevantes, porque o Planeta era relativamente vazio e com uma teia de necessidade consumista modesta ,portanto tinha uma demanda de produtos que não causavam impactos suficientes para excederem a capacidade suporte de recuperação dos ecossistemas
Metas que visam crescentes produtividades em vários setores de produção industrial e até mesmo no setor agropecuário,sem levar em conta o enorme impacto ambiental daí decorrente, demonstram que grande parte das mentalidades que deliberam políticas públicas e influenciam nas práticas empresariais estão desconexas de uma consciência sistêmica e continuam pautando suas ações embasadas na idéia de que o lucro e o dinheiro estão acima de todas as outras coisas. Foi pelo viés da economia focada em princípios capitalistas cujo primado sempre foi o lucro pelo lucro e não a criação de riquezas para o crescimento do povo e da nação que o quadro de sustentabilidade planetária se tornou sombrio nesse início de terceiro milênio. A Economia deve agora trabalhar em sentido diametralmente oposto, deve se valer dos valiosos conhecimentos da ecologia dimensionando com precisão os detalhes da “casa” para gerenciá-la ,e deve também alocar recursos na cadeia de serviços que orbitam em torno da questão ambiental. A sociedade como um todo deve permanecer vigilante em relação aos gestores em quem depositou confiança. Qualquer vacilo, desonestidade, descomprometimento em relação aos bens metaindividuais deve ser prontamente repudiado pela sociedade organizada e cada vez mais consciente. As duas ciências devem estar “mutualisticamente” unidas para que essa e as próximas gerações conheçam um novo significado de progresso.
MAURÍCIO TOVAR
MATÉRIA DO JORNAL DIÁRIO DA MANHÃ
COLUNA TERRA SUSTENTÁVEL
http://www.dmdigital.com.br/ .
Nenhum comentário:
Postar um comentário