A crescente emissão de gases de efeito estufa (GEE) que retém a radiação infravermelha dentro da atmosfera, impedindo que ela seja dissipada para o espaço, está acarretando o aquecimento global. Esses gases foram produzidos principalmente pela extração, transformação e consumo do petróleo, pelas queimadas, pela expansão desordenada das fronteiras agrícolas e pelas atividades industriais que cresceram ao longo do século XX.
A concentração dos GEE esteve abaixo de 280 partes por milhão ( ppm) até o surgimento da revolução industrial. Hoje, o nível de CO2 na atmosfera é superior a 400 ppm, e, ao que tudo indica, continuará aumentando. Dentro de uma previsão otimista o nível de CO2 em 2050 deverá estar entre 450 a 550 ppm se as nações não se empenharem em reduzir drasticamente as emissões. Se esse limite for ultrapassado a humanidade enfrentará violentos impactos ambientais e sociais devido a intensas mudanças climáticas que deverão ocorrer.
A degradação ambiental gerada pela civilização industrial, ao ser analisada no âmbito da Consciência Ecológica, evidencia que os custos ambientais devem ser internalizados no cálculo econômico.
A natureza preservada, sobretudo em locais de reconhecida beleza e de valor cultural, científico e ecológico propicia uma nova dimensão na concepção de desenvolvimento econômico, uma economia focada no laser conjugado com a sustentabilidade e com o sentimento de participação na preservação e manutenção dos ecossistemas
PATRIMÔNIO ECOLÓGICO E CULTURAL E TURISMO SUSTENTÁVEL
A maior longevidade das pessoas e a disponibilidade de mais tempo para viagens contribuiu para o aumento da demanda de serviços turísticos voltados para a crescente valorização da natureza preservada e do turismo cultural, sobretudo, os que apresentam valor arqueológico, geológico e ecológico.
Países com culturas ricas em enigmas e fantásticos vestígios de seu passado, a exemplo do Egito, Índia, China e Peru possuem parte significativa de sua economia focada no turismo. O México é um país que apresenta um grande conjunto de atrativos turísticos, porque possui milhares de kilômetros de costa com belas praias, diversidade climática e ecológica e um grande acervo de riquezas arqueológicas, por conta do patrimônio histórico decorrente das civilizações pré-hispânicas que habitaram seu território. Por isso, o turismo ocupa uma posição de grande destaque na sua economia.
A indústria do turismo deve ecologizar-se para reduzir gastos energéticos, reciclar e confinar seus dejetos tratando e reutilizando a água usada. Os atrativos turísticos devem ser valorizados, em conformidade com a qualidade ambiental, com base na integridade dos ecossistemas e ecótonos e na interação deles com os centros urbanos.
Por ser uma atividade econômica que se baseia no poder de consumo das classes mais abastadas, deve inserir em seus custos o cálculo da pegada ecológica a ser gerada. Parte da receita gerada deve ser aplicada em projetos de recuperação ecológica e na preservação dos bens metaindividuais e da biodiversidade local.
Em face à marcante desconsideração com a natureza, tipificada na era da degradação ambiental, todo projeto turístico da era da racionalidade ambiental – admitindo que estejamos pisando os primeiros degraus dessa ascensão de consciência – deve inicialmente incluir uma avaliação do impacto ambiental, a ser feita por uma comissão de estudiosos sobre ecoviabilidade. Autoridades ambientais devem regulamentar e determinar o cumprimento das normas ambientais e do ordenamento ecológico do território destinado ao estabelecimento da infraestrutura necessária às construções que irão integrar um complexo turístico.
A natureza não deve ser artificializada, ao contrário, deve ser preservada ao máximo, pois é na sua originalidade e integridade que está a principal força que atrairá o turista. As características arquitetônicas não devem seguir um rígido padrão estabelecido pela globalização, devem traduzir algo da cultura e da história presente nos entornos ecológicos, de tal maneira que o visitante receba as impressões legítimas daquele lugar. E possível conjugar a criação de uma boa infraestrutura sem a perda das características socioambientais da região.
O cerrado preservado na região da APA do Encantado integrado com a paisagem do rio Araguaia descendo entre os paredões evidenciam uma beleza incomparável e constituem um raro patrimônio ecológico. |
A Racionalidade Ambiental concebe um turismo baseado na criatividade, e na harmonização das conquistas tecnológicas e materiais com os ecossistemas e/ou o acervo cultural. A valorização do patrimônio ecológico e cultural sem a nefasta mercantilização da natureza e da cultura. O enriquecimento econômico deve estar em simetria com o enriquecimento ambiental e cultural na perspectiva de uma realidade a ser construída com legítima sustentabilidade.
Ótimo texto me deu bastante argumentos sobre o meio ambiente, porém a realidade é que o homem está preservando o ambiente a bastante tempo, e do que adiantou? Bom o certo a fazer é suprir as necessidades da natureza, ou seja, o que ela precisa para estar viva?
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