A
Mãe Terra é a generosa casa de todos nós humanos e dos outros reinos que também
fazem parte da comunidade planetária.Entretanto,o extraordinário sentimento de
se ser cidadão do planeta com livre acesso a todos os bens metaindividuais –
água, ar, alimentos, belezas naturais – ainda não sobrepuja o sentimento
separativista que em geral domina a mente e o coração humano.
Quando
a Carta da Terra passou a ser aceita pela UNESCO a partir de 2003 após muitos
anos de discussões envolvendo pessoas de universidades, centros de pesquisas,
comunidades indígenas e instituições religiosas, esperava-se que esse documento
com o valor de uma Declaração de Direitos Humanos pudesse assegurar a punição
de todos os agressores à dignidade da Terra em qualquer lugar do mundo. Por que
tanta dificuldade em tornar real o que foi idealizado nessa excepcional Carta e
em tantos outros textos? Naturalmente porque há um enorme hiato entre o que um
homem idealiza e fala e aquilo que de fato ele é e faz.
Considerando
que os padrões que norteiam a maioria dos modos de produção e consumo no
Planeta estão gerando uma gigantesca devastação ambiental e concomitantemente
uma brutal extinção da biodiversidade, o que significa uma progressiva e
perigosa perda da sustentabilidade planetária, é urgente, por parte das
autoridades governamentais e instituições não governamentais estabelecerem as
bases para a imediata criação de um Fórum Mundial Permanente com foco nas
questões ambientais.Tivemos a ECO-92 e só vinte anos depois o Rio + 20.Um
“foguinho na mata” só vira um incêndio se for permanentemente oxigenado.
O
advento de uma nova racionalidade que insistimos em denominar de “racionalidade
ambiental”,por se tratar de uma nova mentalidade não calcada na lógica
positivista,mas, que leva em conta a inteligência emocional e se sustenta em
uma axiologia que desbanca a terrível inversão que coloca a Ecologia em posição
submissa à Economia. Na verdade,esse advento é o advento do homem novo, o homem
profundamente tocado pelos sentimentos de solidariedade, primeiro com o próprio
homem, e por natural compreensão, com o restante da comunidade planetária. O
homem capaz de fazer aumentar a nossa dose de atenção para que possamos
reconhecer os homens de rapina que
compactuam para a degradação do homem e do planeta, pois esses, geralmente
estão camuflados por um tipo de ecologismo hipócrita que atua como amortecedor
para alcançarem seus nefastos objetivos.
Uma
nova dimensão de comunhão entre o homem e a Terra, compatível com a
ecoviabilidade em um mundo sustentável, é algo que só pode emergir da
compreensão nascida a partir da constatação da aviltante degradação que o homem
– não obstante, tanta retórica, leis, documentos, etc. – fez e continua fazendo
à sua generosa Mãe Terra.
MAURÍCIO TOVAR
MATÉRIA DO JORNAL DIÁRIO DA MANHÃ
COLUNA TERRA SUSTENTÁVEL
http://www.dmdigital.com.br/ .
MAURÍCIO TOVAR
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