Houve época em que os temas relacionados com a
sustentabilidade apareciam na mídia, como manobra de marketing. Quando um
produto agregava um certificado ou um selo que demonstrava cuidados com o meio
ambiente, seu valor crescia junto aos consumidores focados na questão
ambiental. Modernamente, os caminhos do desenvolvimento sustentável se alargam
e a Ecologia aplicada pode até despontar como um bom negócio.
O Brasil é o país que mais recicla latas de alumínio no
mundo, o equivalente a 15 bilhões de unidades por ano, com um rendimento de
mais de 380 milhões de reais. Lidera também a reciclagem de garrafas PET. São
mais de 250 mil toneladas por ano com um rendimento próximo a 300 milhões de
reais. Além do enorme benefício ao meio ambiente, pois todo esse material seria
sucata de difícil degradação por bactérias e fungos que atuam na reciclagem de
matéria, as latas de alumínio e garrafas PET recicladas representam uma
desaceleração na exploração de recursos naturais – que não são ilimitados – e
uma diminuição da poluição por material plástico. Além disso, a reciclagem
agrega valores humanos, tanto em relação à oferta de trabalho quanto na
exemplificação palpável de educação ambiental
Os talões de cheques feitos com papel reciclado, a
substituição de sacos plásticos por sacolas retornáveis ocorrendo em muitos
supermercados e a valorização da extração e comercialização de madeira
proveniente de manejo sustentável das florestas, evidenciam que as questões
relacionadas ao impacto ambiental decorrente de atividade antrópicas são uma
preocupação presente em todos os segmentos da sociedade, ainda que a
consciência ecológica seja um alvo, que por enquanto, não foi alcançado pela
maioria dos homens.
Uma companhia que investe em tecnologias limpas e
comprova uma diminuição significativa na emissão de gases de efeito estufa
através de um certificado de crédito de carbono, pode negociar os créditos com
outras empresas que necessitam reduzir suas emissões, por apresentarem débito
ambiental. No mercado financeiro esses créditos de carbono possuem um valor monetário
real. Na Organização das Nações Unidas, a Iniciativa pelos Princípios para o Investimento
responsável (PRI), constitui uma rede de investidores comprometidos a colocar
em prática alguns princípios que se relacionam à responsabilidade social,
ambiental e corporativa. As duzentas maiores corporações do mundo fazem parte
do conselho mundial de negócios pelo desenvolvimento sustentável. Entre elas
está a Petrobrás.
Empresas estatais ou privadas possuem filosofias de
trabalho e padrões de relacionamentos que decorrem do nível de consciência de
seus gestores e de seus membros em geral. A transição de uma mentalidade focada
em uma economia de exploração para uma mentalidade focada em economia
sustentável pressupõe uma radical mudança de referenciais de valores por parte
dos indivíduos. Faz-se necessário que ocorra uma mutação na consciência de cada
indivíduo, uma espécie de “ metanoia” em relação aos condicionamentos
estratificação na memória. Desfocar-se do “eu” produzido pelo meio social e se
perceber pensando, falando e agindo em conformidade com identificações
estabelecidas na penumbra da consciência.
A propagação de idéias sustentáveis, de suas viabilidades
e até das vantagens pragmáticas, são necessárias, entretanto, o homem possui
uma forte tendência de “ver” e “ouvir” apenas aquilo que vai de encontro aos
seus anseios e interesses egocêntricos.
Em decorrência dos danos que a
civilização industrial causou na biosfera, a recuperação, preservação e proteção
dos ecossistemas naturais devem ser prioridades máximas na governança
planetária atual.
MAURÍCIO TOVAR
MATÉRIA DO JORNAL DIÁRIO DA MANHÃ
COLUNA TERRA SUSTENTÁVEL
http://www.dmdigital.com.br/ .
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