Rio + 20 – A CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL.


          
         
                             A estátua do Cristo Redentor no alto do morro do corcovado,
                                          na cidade do Rio de Janeiro, que irá sediar a          
                            Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável.


 Vem aí a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio +20. Que seja um catalisador da “Racionalidade Ambiental”, uma nova concepção para pensar e sentir o mundo. Consciência ambiental que sobrepuja a  racionalidade econômica que fez do capital o sol central ao redor do qual tudo deve orbitar. Não é mais possível passar graxa no mesmo eixo por demais enferrujado. É necessário substituí-lo por outro com grande capacidade de sustentabilidade, forjado na compreensão sistêmica do planeta, na clara percepção de que a economia deve ser um mero instrumento de reconstrução e resignificação das relações entre os homens e deles com a natureza. É esta a mudança necessária para garantir sustentabilidade ao planeta e à humanidade.
            Se estiver enraizada por uma mentalidade que coisífica e faz etiquetação de valores metaindividuais, a governança não terá força suficiente para alavancar a grande virada. Será preciso submeter a economia mundial a um projeto ecológico abrangente cujo propósito é nada mais nada menos do que a conquista do equilíbrio entre o social, o econômico e o ambiental. Uma raiz de nova espécie, mais vigorosa e dotada de essências inibidoras de ervas daninha deve se aprofundar e se alastrar no terreno adubado pela Racionalidade Ambiental.
           Faz vinte anos, na mesma cidade do Rio de Janeiro, 108 chefes de estado se reuniram na Eco 92, também conhecida como Cúpula da Terra, para buscar caminhos que conduzissem à preservação dos recursos naturais do planeta. Em 1987 em Estocolmo o relatório “Nosso Futuro Comum” criou o conceito de desenvolvimento sustentável. Agora, às vésperas da Rio +20,a urgência  de ações concretas está a  exigir de todos, algo mais do que um fórum de debates. É óbvio que a questão ambiental não pode mais ser abordada em divórcio com o socioeconômico. A prova disso é que pela primeira vez teremos a presença de economistas junto aos ambientalistas em um encontro dessa natureza, o que por si só já representa um passo adiante em relação aos encontros pretéritos.
            A ecologia começa em nossa volta. Vai do micro ao macro passando pelo modo como nos relacionamos com nossos semelhantes para depois expandir a compreensão e alcançar a dimensão do nosso relacionamento com as demais espécies que coabitam conosco a biosfera desse belíssimo planeta, tendo em vista que todas as linhas que tecem a teia da vida se integram para expressar a harmonia e o equilíbrio do todo.
           O homem tem sido capaz de “mover céu e terra” para justificar posições de domínio sobre seus semelhantes e sobre o restante da biocenose planetária, entretanto, as grandes mudanças, aquelas que realmente representam a ruptura com o velho condicionamento acumulado no cérebro, emergem sempre da mente silenciosa, ainda não malhada pelo excesso da tagarelice repetitiva que sempre alimenta a mente superficial.
          Tentar transferir a velha mentalidade positivista para o âmbito da racionalidade ambiental e do desenvolvimento sustentável equivale a supor que o fogo pintado na tela possa traduzir com exatidão o poder de um fogo vivo. A Rio + 20, Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável ainda é um prelúdio, uma tentativa de racionalização de novos saberes que não estão dimensionados pela racionalidade positivista. Da efervescência do encontro, quem sabe possam surgir os alicerces para o início da construção de uma nova estrada, com paisagens não reconhecidas e possibilidades descontinuas e não imaginadas pela mente cativa ao pensamento.  

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