Alerta Ecológico no Centro - Oeste...


                          Contrução de Usina Couto Magalhães no Araguaia-

                         Agressão ao Meio Meio Ambiente e a Alma do povo Goiano,
        
 Justamente no "zeitgeist"(espírito de uma época), propenso às causas ambientais, no momento em que os cidadãos goianos, brasileiros e do mundo estão ávidos pela consolidação de um novo paradigma existencial que prioriza a harmonização entre as atividades antrópicas e a preservação ambiental, insinua-se uma nuvem negra sobre a alma límpida do povo goiano. Refiro-me a construção da usina hidrelétrica de Couto Magalhães em Santa Rita do Araguaia.
      O Rio Araguaia representa muito mais do que um patrimônio natural metaindividual usufruído por todo o povo goiano-ultrapassa a fronteira do laser e da sobrevivência de famílias que estão alocadas nas regiões ribeirinhas,pois está vivo também no inconsciente de todos os goianos, alimentando o lado mágico e sagrado de nossa gente,inclusive inspirando poetas e filósofos a produzirem o imprescindível pão da alma.
      O impacto ambiental que será causado, caso a usina seja implantada ,não se restringirá aos 9,11Km2 que deverá compor o reservatório de água da barragem. Os efeitos deletérios se propagam em um ecossistema por "efeito dominó", já que o Ecossistema é um unidade ecológica composta de inúmeros fatores abióticos e bióticos que apresentam uma complexa interação interdependente para garantir o delicado equilíbrio na teia da vida.
      Nada,absolutamente nada,pode justificar a destruição de uma rica e complexa teia alimentar. Somente uma concepção existencial fragmentada, isenta de uma legítima expansão da consciência ecológica, irá encontrar nos limites de sua viseira os argumentos para empreender este tipo de violência.
     Argumentos  que ressaltam a produção de mais energia com criação de mais empregos e alguns benefícios sociais caem por terra quando compreendemos que poderiam ser realizados com a alocação de verbas em projetos alternativos.Entretanto,para que o Araguaia, sua vegetação de borda e o bioma cerrado chegassem ao equilíbrio magnífico resultante das transferências de energia e ciclos dos elementos químicos ,imprescindíveis para a manutenção da fauna e da flora, muitas sucessões ecológicas foram necessárias no trabalho evolutivo do tempo geológico.
    Num Planeta marcado pela era da degradação em que, de acordo com dados da pesquisa de Biologia da Conservação, mais de vinte espécies de seres vivos estão desaparecendo por dia na biosfera, somos inexoravelmente impelidos a concluir que todas as decisões voltadas a preservação da fauna e da flora são decisões que estão a favor da sobrevivência da própria espécie humana no Planeta.
    Os ecossistemas da Biosfera estão na dependência de seus microecossistemas e a Biosfera está na dependência dos seus ecossistemas.O Macro depende do micro e o micro depende do Macro .No passado, felizmente, as atividades antrópicas não tinham  magnitude para produzir impactos tão ameaçadores ao meio ambiente, mas no atual momento planetário, a quase totalidade dos ecossistemas estão sob ameaça de ultrapassar o ponto de equilíbrio.
   O Rio Araguaia que queremos é o Araguaia preservado em sua naturalidade, com:
                                            


Manhã com canto de passarinho,
beira de rio com lobeira,
anzol pindado na linha na margem da ribanceira,
canoa flutuando no remanso, água transparente, areia branca e descanso.

O Araguaia me leva ao oceano.
Suas imagens são clichês de um mundo vivo,
nas vagas da imaginação de quem sonha com o paraíso perdido.
O banho em suas águas evacua o tóxico urbano.

Vespertina visão do sol penetrando na água,
emoção com barulho de bicho na mata.

Fogueira com peixe na telha,
magia ao ver o céu em noite estrelada sem televisão.

No Araguaia o tempo se dilui em suas águas,
dando tempo para celebrarmos a Vida.


MAURÍCIO TOVAR
MATÉRIA DO JORNAL DIÁRIO DA MANHà
COLUNA MISTÉRIOS DA NATUREZA.
http://www.dmdigital.com.br/

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