PARA CONSTRUIR UMA TERRA SUSTENTÁVEL


         O advento da Racionalidade Ambiental no âmbito da consciência humana é imprescindível para que uma nova concepção existencial se materialize nos cenários da convivência humana e na convivência do homem com a biosfera. Ainda que belos e eloquentes discursos, recheados de uma terminologia específica da questão ambiental, sejam cada vez mais constantes nas esferas intelectuais, sem a metanóia para impulsionar o salto quântico capaz de romper a cadeia contínua dos equívocos geradores de equívocos e mais equívocos, o futuro,ou seja, o  verdadeiramente novo, que não pode ser a continuação do passado, não pode se apresentar.
         A mente com sua mesma base  condicionada e identificada sempre cai no engodo da hipnose da expectativa quando adota como referencial uma racionalidade mecanicista que ainda não se deu conta de que as complexas interações que operam na biosfera da Terra expressam claramente um modelo de auto regulação, como já o demonstraram o meteorologista da NASA, James Loveck e a bióloga Lyn Margullis, portanto, devem ser encaradas como expressão de um organismo vivo.
         A difícil transposição no modo de pensar e de ver, reside no fato do homem, em geral, não se dar conta de que muitas de ‘suas opiniões’ e concepções adotadas resultaram de influências culturais e de condicionamentos acumulados que não foram devidamente dimensionados. Num certo sentido, precisamos nos livrar de ‘nós mesmos’ para nos encontrarmos em um nível mais profundo. Ao modo de alguém que sobe num balão e contempla a paisagem antes percorrida por terra e só nessa posição exaltada vê que toda ela é uma unidade, embora com diversas nuances diferentes, o homem que vai vencendo a si mesmo, vai sentindo cada vez mais a unidade que abarca as múltiplas facetas da vida.

         Pedras amorfas, minerais,seres unicelulares, plantas, animais, o homem, a Terra, o sistema solar, a via láctea e outras galáxias expressam uma ordem de complexidade ascensional e a inteligência do homem pode ser capaz de não apenas descrever isso intelectualmente, mas de sentir a conexão de todas essas dimensões que coexistem e colaborar solidariamente em favor dessa harmonia, deixando para traz, definitivamente, todas as ilusões separatistas perpetuadas pela mente fragmentada.