Personalidade e Individualidade...

A filosofia oriental se refere ao tempo em que nos encontramos como sendo a "Era de Kalyuga" que pode ser ser compreendida como a era da escuridão.Era regida pela ignorância de homens que não conhecem a si mesmos e nem sequer desconfiam que subjacentes às atividades do intelecto imediatista que age em demanda exclusiva de vantagens pessoais existem outros níveis de consciência que podem ser acessados através do sistemas de Yoga ou da permanente aplicação da recomendação do Cristo ao sugerir ao homem "Orai e vigiai".
       
No filme matrix, o personagem NEO representa o verdadeiro Eu , a individualidade que se encontra em constante estado de aprendizagem, mas sempre se lembra de si mesma".Os agentes da matrix representavam falsas personalidades que devem ser vencidas por neo(o verdadeiro EU)
Enclausurados no mundo condicionado de seus intelecto dissociado da razão, esses homens não raramente, se julgam detentores de poderes pessoais e de direitos imaginários.Não se dão conta de que não são donos de coisa alguma ,apenas usufruidores da dádiva existencial, iludidos pela fantasia da separação criada pela falta de percepção da unidade existente desde o mundo subatômico até o harmonioso universo da mecânica celeste,encaram a vida sempre de forma fragmentada, desconsiderando ou desconhecendo a distinção entre personalidade e individualidade.
Personalidade vem de "persona" que significa "máscara" ou seja, está conotada com a ideia de que a personalidade não constitui a essência do indivíduo, não é o seu "Eu", a sua individualidade.
Não é difícil para quem tem certa dose coragem e disposição para tentar compreender a natureza do seu ego, perceber que a personalidade foi estabelecida a partir das influências familiares,sociais,culturais e de todo o acervo de experiências, memórias e emoções vividas pelo indivíduo.A psique pode ser comparada ao conjunto de todos os conteúdos que foram gravados em um CD. Nossas simpatias e antipatias, muitas vezes sem que percebamos estão fundamentadas naquilo que o nossos condicionamentos e identificações nos obrigam a escolher.
Quando o individuo nasce, a principio, só possui a memória intra-uterina imersa nas regiões do subconscientes. A partir do nascimento, através de seus sentidos. O indivíduo passa a captar as diversas impressões provenientes do mundo ao seu redor.Na infância, geralmente sua mente não está completamente dissociada de uma concepção mágica sobre a vida e algumas realidades vividas facilmente se misturam e se confundem com o mundo onírico dos sonhos.É como se o indivíduo participasse simultâneamente de dois mundos - o mundo dos seus sonhos e de sua fértil imaginação e o mundo das chamadas realidades concretas.Na medida em que vai crescendo e se torna adolescente e adulto perde, progressivamente a conexão com o mágico e se engolfa demasiadamente na concepção materialista e sensorialista da realidade.Seu foco agora está no mundo chamado objetivo e isso cria uma ruptura entre o indivíduo(essência que já existia a partir do nascimento) e a personalidade, que constitui uma espécie de "cascão" envolvendo a individualidade.A palavra "indivíduo" significa o que não é "dividido", portanto, o termo se refere a uma essência atemporal. A princípio não local, não construído a partir de uma experiência vivenciada no tempo e no espaço.Essa experiência é a "matéria " que vai plasmar a personalidade. Infelizmente, o cascão pode ofuscar a essência e se passar por ela, e quando isso ocorre a personalidade divorciada de sua individualidade pode ser comparada a um ator que assumiu determinado papel em uma peça teatral e se identificou tão doentiamente com o personagem a ser representado que se esqueceu de sua verdadeira identidade.
Em todos os quadrantes da Terra e praticamente em todos os povos que encorparam as fileiras da história da humanidade,houve invenções sobre a dupla natureza do EU. Os hierofantes egípcios falavam sobre o outro Eu- o "Ka", cujo significado séria o "duplo". Sócrates convidando cada discípulo a uma viagem sem retorno para dentro de si, sentencia o "conhece-te a si mesmo"(individualidade) e conhecerás os deuses e o universo".No conhecido Baghavad Gita, o avatar Krishna ao dialogar com o discipulo Arjuna ressaltou  Oh! descendente de Bharata(Arjuna),só o corpo material  da entidade indestrutível, imensurável e eterna que é o Eu (individualidade) está sujeito a destruição, portanto não tema a vida nem a morte".
Cristo, ao se referir à supremacia do Eu verdadeiro (individualidade) sobre as várias facetas de personalidades humanas divorciadas do divino esposo ( a essência espiritual), assim se expressou:"Aquele que perder a vida em minha causa, esse  a  achará, achará a individualidade (Eu)aquele que colocar na temática da vida de sua personalidade de realização os imutáveis ensinamentos do Cristo".
No livro sagrado universal-BAGHAVAD GITA , o Sr. Krishna personifica o Eu superior e instrui o seu discípulo Arjuna(ego personal) com conhecimentos transcendentais para lembra-lo da sua legítima natureza divina.A obra passa uma mensagem de autoconhecimento e auto realização que o oriente oferece ao mundo.
Poesia- Busca de identidade

Qual deles sou Eu?
-O que levanta cedo e cumpre no roteiro da Horas o afã de cada dia?
-Ou o pássaro místico, que voa além do tempo e do espaço buscando o desembaraço?
-Qual deles sou Eu?
-O ingênuo que cai no ardil do velhaco?
-Ou aquele que pode por os dois dentro do saco?
 Qual deles sou Eu?
-O corpo e mente que mudam sem parar?
-Ou o Espírito atemporal que está além do pensar?
 Qual deles sou Eu?
O acúmulo de tudo em mim que ficou conhecido?
 Ou a face do desconhecido que a mente reluta a encontrar                                                                    
 Qual deles sou Eu?
-Ou o Ser que Foi, que É,e sempre Será?



MAURÍCIO TOVAR
MATÉRIA DO JORNAL DIÁRIO DA MANHà
COLUNA TERRA SUSTENTÁVEL
http://www.dmdigital.com.br/ 

           A palavra personalidade vem de persona que em latim, era máscara, 
                    figura, personagem de teatro, papel  representado por um ator.
                                                    Ela traduz uma verdade filosófica- a de que a personalidade muitas vezes 
                                          é uma máscara  social que desconectou do Eu verdadeiro,
da individualidade do ser.